Há 75 anos: o “desfile da vergonha” dos nazistas por Moscou
Em 1941, Hitler planejou que seu exército marcharia em poucas semanas por Moscou, triunfando sobre a União Soviética e aniquilando a Revolução Socialista. A operação para concretizar esse desejo foi desencadeada em junho daquele ano, golpeando duramente o território e população da URSS.
Porém, a situação da guerra se deteriorou para os invasores fascistas com o tempo por conta da brava resistência do Exército Vermelho, do Partido Bolchevique e dos povos soviéticos — resistência essa ainda não testemunhada na época pelos nazistas nas invasões no ocidente. Nenhuma grande batalha foi vencida; Moscou, Stalingrado e Leningrado, os três alvos principais de ataque, sobreviveram e partiram para a contraofensiva.
Em 1944, qualquer desejo de grandes conquistas militares, políticas e territoriais eram irrealizáveis para Hitler e seu grupo de bandidos.
Mas o povo soviético resolveu mesmo assim realizar o desejo de Hitler e promover um desfile do exército nazista na capital Moscou… só que foi um desfile dos prisioneiros de guerra.
Em 17 de julho de 1944, há exatamente 75 anos, foi realizado o famoso “Desfile dos Vencidos”: 60.000 prisioneiros de guerra da Alemanha Nazista caminharam pelas ruas de Moscou numa demonstração humilhante para o ego do comando do exército que se dizia “racialmente superior”.
A população moscovita só foi avisada do desfile poucos instantes antes. Logo, todas as praças, calçadas e sacadas ficaram abarrotadas de pessoas que ali estavam para ver passar a massa de criminosos de guerra e invasores. Os prisioneiros fascistas marcharam quilômetros em colunas gigantescas. Dentre eles, 20 generais e muitos outros oficiais. Soldados do Exército Vermelho iam montados em seus cavalos e com sabres à mostra.
A reação da população de Moscou foi impressionante. Um total silêncio tomou conta das ruas. As pessoas encaravam os alemães com lágrimas nos olhos pelos parentes perdidos. Ninguém jogou pedras ou violou os prisioneiros. Um ou outro murmúrio de xingamento era ouvido.
O povo soviético não era fascista. Agredir, humilhar, violentar aqueles prisioneiros — que haviam sido arrastados para uma guerra que sequer queriam — era se equiparar ao inimigo e essas práticas não faziam parte do estilo de vida socialista.
Após a passagem dos prisioneiros, carros da manutenção pública passaram jogando jatos d’água pelas ruas para limpar a sujeira dos passos dos invasores. O nojo ao fascismo era evidente.
_____
Lucas Rubio